Rota da Cortiça é alternativa à oferta turística de “sol e praia” do Algarve

A abordagem LEADER tem sido de grande importância para a concretização desta Rota através do apoio a várias das infraestruturas que fazem parte do itinerário, bem com a algumas das empresas associadas.

Mais do que um percurso, a Rota da Cortiça pretende ser uma história, uma viagem que convida à descoberta dos mistérios da relação ancestral entre o Homem e o Sobreiro. A Rota da Cortiça é composta por um itinerário que se desenvolve em seis polos temáticos: Património, Natureza, Vida Rural, Tradição, Inovação e Conhecimento, que dão a conhecer toda a fileira da cortiça, dos sobreirais às fábricas.

Este projeto, que começou a ser traçado em 2006, com a elaboração de uma candidatura ao PROAlgarve, agrupou um conjunto diversificado de entidades da região: a Associação IN LOCO, a autarquia de São Brás de Alportel, a Associação de Industriais e Exportadores de Cortiça (AIEC-Sul), a Associação de Agricultores de São Brás de Alportel, a Associação de Produtores Florestais da Serra do Caldeirão, a Santa Casa da Misericórdia de S. Brás de Alportel e a Região de Turismo do Algarve (RTA). Todas compõem a Associação Rota da Cortiça.

O objetivo da Rota da Cortiça é dar uma alternativa à oferta turística de “sol e praia” do Algarve, através de um produto turístico inovador, que constitui uma mais-valia para o turismo de interior (Barrocal e Serra Algarvia – ambas zonas de baixa densidade) e fomento das atividades locais, valorizando práticas sustentáveis ligadas à natureza.

Procurando mostrar um Algarve sustentável ligado à natureza e às tradições, através da demonstração da interligação secular entre o homem e o sobreiro, a Rota da Cortiça pretende igualmente combater a sazonalidade turística da região. Para Regina Lopes, Presidente da Minha Terra - Federação Portuguesa de Associações de Desenvolvimento Local: “A abordagem LEADER é de extrema importância no que diz respeito ao desenvolvimento de projetos para complemento das atividades económicas nas zonas rurais, potenciando assim a criação de emprego. Através do apoio LEADER foi possível reabilitar vários dos locais que compõem esta Rota, e desenvolver algumas das empresas tradicionais que se associaram a este projeto. A Abordagem LEADER tem primado pelo desenvolvimento dos conhecimentos, dos recursos e potencialidades dos territórios, de serviços e de valorização de recurso. É também fundamental o conhecimento dos mecanismos de acesso, promoção e gestão de recursos de financiamento, que tornam iniciativas como esta viáveis e de extrema importância para o desenvolvimento do mundo rural”.

Através dos vários percursos guiados e interpretados que compõem esta Rota, pretende-se sensibilizar os visitantes para a salvaguarda e valorização do sobreiral e de toda a fileira da cortiça. A Rota da Cortiça oferece ainda itinerários diversos à medida do visitante, uns aliando as emoções fortes dos desportos radicais à vertente formativa, outros privilegiando a ligação entre a cortiça e a história patrimonial da região. Existe também um circuito destinado ao público escolar (do 1º e 2º Ciclos), com aprendizagem e emoção garantidas, e um itinerário adaptado para pessoas com mobilidade reduzida. Em qualquer das opções, as atividades oferecidas são diversificadas, incluindo ateliês de expressão plástica para os mais novos, observação de aves, identificação de plantas aromáticas e medicinais, percursos pedestres, workshops de trabalhos em cortiça com artesãos locais, plantação de sobreiros e incursões a destilarias de aguardente de medronho.

 

A Rota da Cortiça:

1 – Património: a visita tem início no Museu do Trajo de São Brás onde se pode encontrar uma sala que apresenta alguns dos processos ligados à preparação e transformação da cortiça, concebida com o apoio LEADER. Segue-se um breve passeio onde não se pode deixar de entrar no espaço cultural Zem Arte – instalado numa antiga fábrica de cortiça, cuja recuperação foi também apoiada pelo LEADER;

2 – Natureza: a não perder é a passagem pela Serra do Caldeirão indo ao encontro dos sobreirais e das pilhas de cortiça. Aqui é possível desfrutar da paisagem, respirar fundo, ouvir o chilrear dos pássaros, bem como seguir os trilhos dos caminhos antigos integrados na Rede Natura 2000;

3 – Vida Rural: pelo caminho há a oportunidade de visitar o Barrocal com as suas hortas e pomares de sequeiro. Aqui pode deliciar-se com o mel, a aguardente, os licores e os doces. Propomos uma passagem pelo Rocha da Gralheira (apoiado pelo LEADER) que além das magníficas vistas panorâmicas oferece uma excelente cozinha regional. No regresso, entregue-se gulosamente à doçaria típica algarvia de Fátima, Galego também ela beneficiária do LEADER;

4 – Tradição: retoma-se a fileira da cortiça para conhecer algumas fábricas tradicionais de preparação e produção de rolhas, onde ainda se trabalha à maneira antiga;

5 – Inovação: visita a uma fábrica que aplica tecnologia avançada, especializada na produção de discos para as rolhas de champanhe. Além das rolhas, existe também a oportunidade de encontrar uma gama original de produtos à base de cortiça, à venda numa loja da vila;

6 – Conhecimento: se a ideia é aprofundar os conhecimentos sobre o setor corticeiro, pode ser explorado o Pólo do Conhecimento, no Centro de Apoio de Desenvolvimento Sustentado, também apoiado pela abordagem LEADER.

 

Para mais informações, por favor, visite o site www.rotadacortica.pt.