Conclusão da Barragem de Veiros pode alavancar agricultura de Estremoz
Sem estar isolado em relação ao que se passa no país e no mundo o município de Estremoz tem sentido o impacto da actual conjuntura naquelas que tradicionalmente são as suas principais actividades económicas. A agricultura, os mármores, a gastronomia e alguma indústria têm sustentado essa actividade, elucida o autarca alentejano, Luís Filipe Mourinha. Mas, garante o mesmo, a agricultura em particular, sofreu nos últimos anos as consequências da adesão à Comunidade Europeia e o consequente desinvestimento no sector, mas sem que se tivessem reconvertido as pessoas que viviam e trabalhavam da agricultura. O resultado é termos hoje uma actividade que nem sequer é capaz de responder às necessidades do país em termos produtivos. É por isso que em seu entender estamos num ponto de viragem em que, pelas próprias necessidades do país e pela iniciativa dos agricultores, passar-se-á certamente a uma fase de maior produção e investimento na agricultura.
Vinha, azeite, hortofrutícolas e pecuária são sectores que têm crescido
Em Estremoz aponta-se para daqui a ano e meio o terminus da construção da Barragem de Veiros. Tal faz antever que o sector agrícola na área do regadio vai ter fortes possibilidades de crescimento, desde que os produtores sejam ajudados logo à partida na criação de condições para colocação dos seus produtos.
Dentro do sector primário a vinha tem um forte impacto no concelho de Estremoz mas nos últimos anos surgiram também novas ideias e produtos na área dos azeites. Devem somar-se os hortofrutícolas, que certamente ganharão expressividade com a água disponível a partir da barragem, sendo de mencionar ainda a pecuária, nomeadamente a nível de ovinos.
Com potencial e conhecimento, à partida parecem estar reunidas as condições para o sucesso, mas o sector esbarra imediatamente nos altos custos de produção que limitam a competitividade quando comparado com outros países, nomeadamente Espanha. O edil defende por isso um simplex mais eficaz, acompanhado financeiramente por instituições bancárias para projectos que gerem postos de trabalho.
Da parte do Governo pede-se que crie as condições para que o sector possa ter o destaque que merece, não pagando subsídios, mas sim bonificando ou isentando os agricultores de determinados impostos.
Está prometido que estas e outras ideias farão parte do discurso de Luís Filipe Mourinha aquando da inauguração da 25.ª edição da FIAPE – Feira Internacional de Agro-pecuária de Estremoz - que terá lugar de 21 a 25 de Abril.