Cor rubi e aroma delicado. O vinho do Dão à conquista por todo o mundo
O vinho tinto do Dão tem uma cor rubi, é arredondado e robusto, com um aroma delicado e um sabor aveludado. As castas mais usadas são: Touriga Nacional, Alfrocheiro Preto, Tinta Roriz e Jaen. Durante o envelhecimento, o vinho do Dão ganha um sabor aveludado, mantendo a sua frescura, e desenvolve-se de um vinho novo de cor rubi para um vinho vermelho acastanhado.
A região produz um vinho branco excelente baseado nas seguintes castas: Encruzado, Cercial, Malvasia Fina e Bical. É um vinho límpido, fresco, aromático, com uma cor citrina.
Quase com meio século de vida a União das Adegas Cooperativas do Dão - UDACA – nasceu com o propósito de comercializar o vinho das Adegas Cooperativas suas associadas bem como prestar-lhes outros serviços como o engarrafamento e apoio à comercialização.
Com o passar do anos, e contrariando este espírito inicial, várias razões levaram a que algumas Adegas fizessem os próprios investimentos em marcas, marketing e até sistemas de engarrafamento dos vinhos. Neste seguimento, a certa altura a UDACA transformou-se praticamente numa concorrente visto que todas operavam no mercado nacional.
Foi necessário acertar agulhas e o actual presidente da União, Fernando Figueiredo explica que esta adquire os vinhos às Adegas e, só no ano passado, comercializou cerca de dois milhões de litros. Dados os problemas conjunturais e a dimensão do mercado nacional, viu-se na exportação a forma de contornar a situação, representando já mais de 60% das vendas. China, Brasil, EUA, Europa, Macau e Angola são apenas alguns exemplos onde as características dos néctares produzidos pelo Dão já são reconhecidas e valorizadas.
Mas, é preciso falar também dos produtores, que souberam modernizar as suas vinhas e plantar as castas que foram sendo aconselhadas pelos técnicos, nomeadamente as tradicionais da região, e que agora até são bonificadas quando chegam às Adegas. Fazer vinho do Dão não é o mesmo que fazer noutras regiões do país e do mundo tendo em conta as propriedades repartidas e a orografia acidentada, entre outras características. Mas também é daí que vêm os perfis e aromas que os colocam lado a lado com outros produzidos em qualquer região do mundo e sem qualquer sentimento de inferioridade.
Sobre o sector cooperativo o dirigente admite que se passa o mesmo que no sector privado, “há quem trabalhe bem e quem trabalhe mal”, mas reconhece a necessidade de haver alterações em termos de estatuto do código cooperativo para se adaptar à realidade actual. E dá um exemplo, “não faz sentido que numa assembleia os votos tenham todos o mesmo valor quando há produtores preocupados com qualidade e outros não”.
Recorda ainda um projecto submetido pela UDACA ao PRODER, no âmbito da medida 1.2 prevista para fusões. Ainda sem ter sido aprovado, estudam-se ainda as razões pelas quais esta medida não funcionou, o que Fernando Figueiredo lamenta por considerar que para ser competitiva a agricultura nacional precisa de dimensão. Ainda assim deixa uma palavra de apreço ao Ministro António Serrano por tentar desbloquear a situação.
Udaca (re)lança Irreverente Rosé
A União das Adegas Cooperativas do Dão - UDACA - apresentou no início de Junho o novo vinho rosé - Irreverente. Com uma edição limitada de 12 500 garrafas, a UDACA recupera um vinho que não produzia há 14 anos.
Irreverente Rosé é um Vinho Regional das Terras do Dão, da colheita de 2010.