Balanço provisório da Campanha Oleícola 2013/2014 e perspectivas para a próxima campanha 2014/2015

Edição set/out 2014
 

O sector do azeite, um dos mais tradicionais sectores da agricultura portuguesa, tem apresentado um grande dinamismo nos últimos anos. Essencialmente a partir dos anos 2004 / 2005 assistiu-se a um importante investimento nacional e estrangeiro, sobretudo privado, quer ao nível da produção, quer ao nível da transformação e da comercialização. Seguidamente faremos um balanço estimativo da campanha oleícola de 2013/2014, analisando os principais factores na origem do desempenho do sector, particularmente ao nível da produção e das exportações. Serão igualmente apresentados em primeira análise, necessariamente ainda estimativos, os valores referentes à próxima campanha oleícola (2014/2015).

Produção

Na campanha oleícola de 2013/2014 a produção portuguesa, segundo os dados do INE, foi de 91.587 toneladas. Este valor constitui o valor mais elevado da produção portuguesa das últimas décadas, e representa um crescimento de cerca de 55% em relação à produção da campanha anterior. Mais notável se torna esta produção se comparada com a média da produção portuguesa dos últimos 5 anos (62.900 toneladas), uma vez que se situa 46% acima desse valor. Estes dados confirmam inequivocamente o alargamento da base produtiva nacional, que era, aliás, expectável em função do investimento que tem sido feito no sector produtivo nos últimos anos.

Para a próxima campanha (2014/2015) que se iniciará em Outubro 2014, as previsões apontam no entanto para alguma quebra ao nível da produção nacional, particularmente nas regiões com maior incidência de olival tradicional, de sequeiro. Esta quebra provável da produção nacional poderá explicar-se por ser um ano de contra-safra, mas a magnitude da quebra de produção é sempre difícil de prever, tendo em conta que existem ainda largas áreas de novos olivais, particularmente no Alentejo, que estão agora a entrar em produção e que compensarão as quebras verificadas noutras regiões. [Artigo na íntegra disponível na edição impressa +]

 

Um texto de Mariana Vilhena de Matos ( Secretária-geral da Casa do Azeite - Associação do Azeite de Portugal)