Resíduos das podas do olival têm potencial para a produção de etanol de 2ª geração

10-02-2014

"Avaliação do Potencial de Produção de Etanol de 2ª Geração a partir de resíduos das podas do Olival" é o tema da conferência que o IPCB/Escola Superior Agrária (ESACB) realizará, dia 12 de Fevereiro, às 16h00, e que terá como palestrante o docente Nuno Pedro. Nesta palestra, investigador do IPCB/ESA apresentará os resultados da sua tese de doutoramento que defendeu na Universidade da Beira Interior, em Outubro passado. 

Segundo Nuno Pedro “os resíduos das podas do olival constituem um resíduo agrícola largamente disponível em Portugal. Estima-se que as quantidades de material produzido anualmente nas podas do Olival possam ascender a 290 000 toneladas por ano. Este material, sem qualquer utilização comercial até ao presente, pode assim ser valorizado servindo como matéria-prima para a produção de etanol de segunda geração. Este processo exige a realização de três etapas sequenciais: pré-tratamento, hidrólise enzimática, fermentação”.

O objetivo do trabalho do docente e investigador do IPCB/ ESA “consistiu em avaliar o potencial de produção de etanol de segunda geração, com base na libertação de açúcares resultante de diferentes pré-tratamentos e da hidrólise enzimática subsequente”. Segundo Nuno Pedro “a biomassa utilizada apresentou uma composição em hidratos de carbono de 51,25% sendo a glucose o principal constituinte com 33,59%. Os teores de lenhina e extratáveis determinados na biomassa foram respetivamente de 24,96% e 15,84%. O pré-tratamento realizado com ácido sulfúrico com uma concentração de 4,09% (w/w), durante 102 minutos e com uma temperatura de 156ºC apresentou um rendimento de 84% na hidrólise enzimática realizada com 18FPU/g de substrato, 36 p-NPGU/g de substrato e 36 IU/g de substrato. Nestas condições atingiu-se a maior taxa de açúcares disponíveis para fermentação, correspondendo a soma dos açúcares libertados para o hidrolisado durante o pré-tratamento com os açúcares libertados durante a hidrólise enzimática, a 90% dos açúcares existentes na biomassa”.

Esta conferência é organizada pelo Conselho Técnico-Científico da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco.