Católica Porto abre caminho para combater infeção do pinheiro

Publicado a 06-02-2013

Instituição identifica genes de resistência que podem ser usados para combater a doença. Até aqui o abate das árvores era a única solução

A Escola Superior de Biotecnologia (ESB) da Católica Porto sugere uma estratégia de combate ao nemátode da madeira do pinheiro com base na engenharia genética e biologia molecular. A investigação identificou genes de resposta à infeção em pinheiro bravo, espécie muito suscetível à doença, e também os mecanismos moleculares de defesa utilizados pela espécie contra a infestação de nemátode. Os resultados deste estudo fornecem informação essencial sobre as formas de defesa e vêm contribuir para uma melhor compreensão da doença, permitindo delinear estratégias de combate eficientes.

Numa primeira fase, a equipa de investigadores da ESB reconheceu mais de um milhão de sequências e detetou quais os genes de resposta diferencialmente expressos quer no pinheiro bravo quer no manso, este mais resistente ao nemátode. Numa segunda etapa, que acaba de terminar, a ESB conclui que os abetos e os ciprestes – duas espécies de árvores bastante presentes em Portugal – parecem estar a salvo desta praga, uma vez que mostram sinais de resistência ao nemátode da madeira do pinheiro.

Uma doença com graves implicações a nível mundial

A doença do nemátode da madeira do pinheiro, causada pelo Bursaphelenchus xylophilus, tem destruído extensas áreas de pinhal a nível mundial. Refira-se que, até à descoberta da Escola Superior de Biotecnologia (ESB) da Católica Porto, não existiam medidas eficientes para combater a doença, sendo o abate das árvores a única solução possível. Em Portugal, em específico, o problema tem vindo a agravar-se, com consequências extremamente importantes na área da indústria da madeira que se repercutem, consequentemente, na economia nacional. A este nível, saliente-se que a desvalorização do preço da madeira com sintomas atinge os 50 por cento, enquanto que por outro lado os custos de produção aumentam mais de 15 por cento em zonas afetadas.