Amêndoa, noz e avelã. Boas apostas para a Catalunha

06-10-2014

Francesc Xavier Miarnau, engenheiro agrónomo e coordenador da Jornada “Os frutos secos: a amêndoa, a noz e a avelã como alternativa ao complemento à fruta doce na Catalunha e Aragão”, assinalada na Feira de Sant Miguel, afirmou que “o aumento da procura internacional aconselha a incrementar a produção de frutos secos no território espanhol, dado que atualmente é necessário recorrer à importação”. A Jornada, celebrada no Palácio de Congressos de Fira de Lleida foi organizada pela Agroprés, a instituição catalã de Estudos Agrários e Escola Técnica Superior de Engenharia Agrária da Universidade de Lleida.

Miarnau recordou que o cultivo da amêndoa, da noz e da avelã está bastante enraizado na Catalunha e que o estado é o terceiro maior produtor de amêndoa do mundo e o quarto ou quinto produtor de avelã. No entanto, acrescentou, “a procura por parte do mercado europeu, mesmo aqui ao lado, é enorme, o que nos obriga a importar, com o elevado custo que tal acarreta, quando o lógico seria que se incrementasse a produção”.

Miarnau citou igualmente vários fatores que aconselham a apostar nestas culturas: “o agricultor local conhece perfeitamente estas culturas, temos milhares de hectares que entraram em regadio no canal Segarra – Garrides, o que aporta aos agricultores enormes possibilidades de pôr em marcha campos com rendimentos económicos muito superiores aos da fruta doce”. Por outro lado, “está demonstrado que na cultura de fruta doce o agricultor tem de destinar 10 e 12 mil euros por hectare até à colheita, enquanto que no caso da amêndoa, da noz e da avelã o valor é de metade, ou menos”.

O coordenador da Jornada explicou ainda que as variedades tradicionais de amêndoa - llargueta e marcona – estão a ser substituídas por outras similares, “com vantagens claras como o facto de serem de floração tardia, o que possibilita evitar as geadas, ou serem auto-férteis, o que evita intervenções a nível de fertilização, que podem ser complicadas”.

Miarnau assegurou igualmente que em geral os frutos secos sofrem menos com as inclemências meteorológicas, como demonstra o facto de “enquanto a campanha de fruta doce, como o pêssego, a nectarina e o paraguayo ter corrido mal e os preços serem baixos para o setor, o preço da amêndoa, das nozes e das avelãs estão altos, a procura é constante e ainda aumentará mais no futuro”.

A 60.ª edição da Feira Agrária de Sant Miquel (Salón Nacional de la Maquinaria Agrícola) aconteceu no final de setembro com um variadíssimo programa de atividades.