EPA Conde S. Bento assinala centenário
Publicado a 08-03-2013
A Escola Profissional Agrícola Conde S. Bento assinala este ano um século de existência. São 100 anos a ensinar excelência. A instituição possui índices de continuidade para o ensino superior e de empregabilidade superiores ao normal, cerca de 50% dos alunos que terminam os estudos na Escola Agrícola continuam os seus estudos no ensino superior e cerca de 30% empregam-se na área em que estudaram.
O programa comemorativo deste aniversário decorrerá de 14 de março a 21 de junho e contempla vários momentos, desde uma cerimónia de abertura do centenário, uma exposição fotográfica, um museu do leite, uma missa solene, um debate e uma palestra, um cortejo «Mostra Agrícola», um workshop, um mercado, um concerto, uma apresentação do vinho da escola, uma apresentação de um livro, uma cerimónia solene e um Jantar de Gala.
PROGRAMA COMEMORATIVO
De 14 de março a 21 de junho
No dia 14 de março realizar-se-á a cerimónia de abertura do centenário, bem como um almoço comemorativo. Nesse dia arrancará ainda a mostra fotográfica «O Conde S. Bento na Cidade», que pretende ser uma homenagem ao Conde S. Bento, e o Museu do Leite que visa ser uma viagem no tempo, percorrendo os últimos 100 anos no modo como se produz o leite.
No dia seguinte será celebrada uma missa solene seguida de uma performance na eira da Quinta de Fora, que passará por acender velas em memória de todos os que ao longo destes 100 anos passaram pela escola. A «Mostra da Agrícola» decorrerá de 8 a 13 de abril e incluirá um debate, no dia 8, sobre «Qual a resposta do ensino agrícola aos desafios da agricultura portuguesa no século XXI?» que será dinamizado por Júlio Magalhães do Porto Canal; uma demonstração de tratores e alfaias agrícolas no dia 9; um cortejo pela cidade no dia 10 de abril; uma palestra com o tema «Nichos de mercado e de saídas profissionais na área agrícola», no dia 11; um workshop sobre «Desafios Agrícolas» no dia 12; um mercado de venda ao público, no dia 13; e um concerto no sábado à noite, dia 13.
A 3 de maio realizar-se-á a apresentação do vinho da escola – colheita 100 anos. A 31 do mesmo mês terá lugar a apresentação do livro «Escola Profissional Agrícola Conde S. Bento Centenário (1913 – 2013)» da autoria do Eng.º Urbano Moreira.
A 21 de junho realizar-se-á a Cerimónia Solene dos 100 anos com um Jantar de Gala.
ESCOLA PROFISSIONAL AGRÍCOLA CONDE S. BENTO
“As escolas são todas iguais, mas também todas diferentes. Umas mais do que outras. A nossa é diferente porque é AGRÍCOLA e ser agrícola comporta um determinado número de especificidades e uma mística que só quem teve o privilégio de por aqui ter passado pode compreender. O mosteiro do séc. XVII, os espaços verdes, a área agrícola, o internato e fundamentalmente o carácter humano que existe em cada um de nós, dá origem a uma comunidade onde dá gosto viver e aprender”. É assim que Carlos Frutuosa descreve e apresenta a escola que dirige.
HISTÓRIA DA ESCOLA
A Escola Profissional Agrícola Conde de S. Bento tem as suas instalações integradas no antigo Mosteiro de S. Bento construído no século X, mas o que se vê hoje é o resultado de reconstruções dos séculos XVII e XVIII. Em 1834 são extintas as ordens religiosas e o mosteiro, assim como as suas terras, passaram então para o Estado que as vendeu a José Pinto Soares. Este conjunto foi, em 1882, adquirido por Manuel José Ribeiro, Visconde de S. Bento, elevado a Conde em 1886. Em 1894, José Luís de Andrade, sobrinho do Conde de S. Bento e usufrutuário dos seus bens, cede à Santa Casa da Misericórdia de Santo Tirso o usufruto da quinta de Dentro e de Fora e da Coutada de Burgães, para aí se criar a Escola Asilo Agrícola do Conde de S. Bento que visava receber órfãos e abandonados do concelho, aos quais seria ministrado o ensino primário agrícola. Em 1911, a Misericórdia cede o usufruto ao Estado.
Em Junho de 1913, por decreto assinado por Manuel de Arriaga, é criada a Escola Profissional de Agricultura Conde de S. Bento, Diário do Governo Nº 146/1913, de 25 de junho, mantendo desde então a tradição do Ensino Agrícola.
Em Outubro de 1915, o estabelecimento passou a chamar-se Escola Prática de Agricultura Conde S. Bento (decreto-lei nº 2016, de 9 de outubro). O ensino ministrado sofre uma remodelação. Os cursos passam a ter uma componente de formação geral e outra de prática agrícola o que confere o diploma de “capataz agrícola”. Simultaneamente funcionava uma Escola Prática Rural que ministrava o ensino primário que servia de iniciação à profissão agrícola.
Nova reestruturação ocorre em 1934 no ensino agrícola. Em resultado a Escola passa a formar “feitores agrícolas”, formação que tem a duração de quatro anos, em que o último é um tirocínio feito na própria Escola.
O ensino agrícola sofre novas mudanças entre 1957 e 1992, destacando-se a lecionação de cursos gerais e complementares (1973), do curso profissionalizante de Técnico Agrícola nos ramos agropecuária e indústria alimentar com a duração de 3 anos (10º, 11º e 12º - 1980), e de cursos Técnico-Profissionais (1983), permitindo o acesso ao Ensino Superior.