"Floresta na hora" pode dar resposta à fileira do Eucalipto
Foi no passado dia 15 de Novembro, que a ANEFA - Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente – reuniu em Torres Vedras mais de 150 técnicos, empresários e dirigentes associativos, no Encontro "O Papel do Eucalipto na Floresta e Economia Nacional".
Daniel Campelo, Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural presidiu a Sessão de Abertura do Encontro, realçando a importância do sector florestal na economia nacional, e destacando o papel de todos os
agentes económicos.
Potencial de geração de riqueza, a floresta foi apontada como uma alavanca para a economia portuguesa, opinião partilhada entre Carlos Bernardes, Vice-Presidente da Câmara de Torres Vedras, e Pedro Serra Ramos,
Presidente da ANEFA.
Falar de eucalipto é geralmente falar em burocracia e processos morosos, mas os agentes acreditam que uma simplificação e adequação da legislação à realidade iria beneficiar o sector e promover o investimento. " É necessário agilizar e dar reposta atempada aos processos, centralizando-os numa só Instituição. Se o sector florestal é considerado estratégico, então fomente-se essa valorização e crie-se a "Floresta na hora", palavras
da Direcção da ANEFA, referindo-se à necessidade de definição de critérios comuns de análise de projectos e de beneficiar quem pretende uma gestão florestal activa.
Sobre o olhar atento de uma plateia repleta, os diversos oradores convidados expuseram as suas considerações sobre o papel do eucalipto na floresta e economia nacional, de onde se destacaram a intrínseca necessidade de arborizar e aumentar a produção lenhosa, suprimindo a falta de matéria-prima que já se verifica, a redução de custos e eficiência dos processos, e a concretização de estratégias associadas ao controle de pragas e doenças, numa fileira responsável por cerca de 12.000 postos de trabalho qualificados e mais de 1,5 mil milhões de euros em exportação.
Um apelo deixado prendeu-se com a necessidade de não se associar a floresta ao tema dos fogos, focando que este é um problema social e que não deve ser integrado com o sector florestal. A verdade é que, ano após
ano, são gastos inúmeros recursos financeiros alocados ao sector em combate a incêndios, quando o problema deve ser atacado ao nível da prevenção.
"O dinheiro do Fundo Florestal Permanente tem de servir a floresta. É dinheiro de todos os contribuintes que não está a ser utilizado em reflorestação como suposto, e que serve para aquisição de equipamento de combate a incêndios inadvertidamente. A única ligação que a floresta deve ter com os incêndios é a de contribuir para a não propagação dos mesmos, através de uma gestão activa", sublinha a Direcção da ANEFA.
O encerramento deste Encontro contou com as palavras do grupo Portucel Soporcel, representado por Eng.º João Lé, que fez referencia ao "justo reconhecimento descomplexado da importância do eucalipto na floresta e
economia nacional", e ao facto da floresta nacional representar mais de 10% das exportações nacionais de bens.
"É preciso que haja suficiente matéria-prima, que não há. E temos em Portugal condições para ultrapassar esta dificuldade, contudo há que produzir mais, plantar mais, aumentar a produtividade, renovar a nossa
floresta de eucalipto com o material genético que hoje disponibilizamos e com o conhecimento gerado que de bom grado partilhamos, respeitando as boas práticas ambientais e sociais", acrescentou o Administrador da
Portucel Soporcel Florestal.
Como mensagem final, referiu a importância de aproveitar os 2 milhões de hectares de áreas abandonadas que Portugal tem e neles "investir, criar emprego, gerar valor acrescentado e precaver o futuro".