FIAPE reflete momento de viragem que a agricultura assiste em Estremoz
Agricultura, pecuária, produtos regionais, atividades industriais, artesanato e muitas outras áreas de atividade vão estar em exposição na FIAPE, que acontece em Estremoz de 30 de abril a 4 de maio, com a certeza de que a agricultura terá muito mais projeção do que no passado.
Este é um momento de viragem no concelho de Estremoz. Município do Alentejo Central, da chamada “zona do mármore”, vê renascer a esperança de um setor agrícola forte e pulsante. Os indícios chegam ao de leve e vão-se instalando. A começar pela mentalidade em relação ao assunto, mais aberta que nunca, esmagando o estereótipo de que trabalhar no campo está reservado apenas a quem mais nada sabe fazer. Veja-se o exemplo da Barragem de Veiros, um investimento há muito reclamado pela população e que caminha a passos largos para o seu términos, prevendo-se que venha a regar centenas de hectares, o que pode também recuperar a tradição do município na produção de hortofrutícolas, elucida à nossa reportagem o autarca local, Luís Mourinha. Já no caso da agropecuária é de apontar a intenção de construção de um novo matadouro, um investimento privado de elevado valor, o qual a autarquia tem acompanhado de perto, sabendo-se que o objetivo é abater animais com destino à exportação, nomeadamente para países árabes onde impera o Islão e há regras específicas quanto ao abate dos animais. Mas, para a região o mais importante é que a produção animal (bovinos, ovinos e caprinos) pode crescer porque o escoamento estará praticamente garantido.
Há um terceiro elemento que deve ser somado a esta equação, de acordo com as palavras do autarca, que é a Reforma da Política Agrícola Comum (PAC). A expectativa é que esta tenha impacto positivo ao nível do emprego, da produção e de um desenvolvimento económico forte.
É lado a lado com esta dinâmica que está em preparação a vigésima oitava edição da Feira Internacional de Agropecuária e Artesanato de Estremoz, a FIAPE, que vai acontecer entre os dias 30 de abril e 4 de maio. Trata-se do certame anual de valorização e promoção socioeconómica e turística do município.
Agricultura, pecuária, produtos regionais, atividades industriais, artesanato e muitas outras áreas de atividade vão estar em exposição, com a certeza de que a agricultura terá muito mais projeção do que no passado.
Aliás, a parceira da Câmara nesta organização, a Associação de Criadores de Ovinos da Região de Estremoz (ACORE) apresenta também o dinamismo próprio de uma direção renovada e em desenvolvimento estão algumas ideias novas. Levantando um pouco o véu ficámos a saber que já está marcado um colóquio sobre produção agrícola biológica, um segmento que na ótica do autarca seria bom reforçar, por todos os motivos e também pela preservação ambiental. Outro assunto a debater será o das (novas) regras de apoio à agricultura. À semelhança do ano passado está preparada uma Prova de Azeite e pela primeira vez haverá um leilão de animais em exposição.
A concluir Luís Mourinha mostra-se esperançado neste momento um pouco mais positivo que vive o setor primário de Estremoz e acredita que “estão criadas as condições para um melhor e mais rápido desenvolvimento do concelho”.