PME do setor da biomassa desafiam os grandes do gás e do petróleo pelos usos térmicos
Publicado a 08-11-2013
A Expobioenergía 2013 pôs em cena o relançamento da biomassa térmica, um setor cada vez mais competitivo, que atraiu a 16.000 profissionais de 33 países.
A Expobioenergía voltou a consegui-lo: mais expositores, mais metros contratados, mais visitantes profissionais e mais pedidos de reserva de superfície expositiva para o ano que vem. A 8ª edição da feira especializada em tecnologia da biomassa de referência na Europa, que decorreu de 22 a 24 de outubro em Valladolid, registou 16.022 profissionais procedentes de 33 países, um volume muito parecido ao do ano passado que acolheu 15.514 visitantes. Por procedência geográfica, o volume global de visitantes reparte-se nas seguintes percentagens: 40% de Castilla y León, 50% de outras comunidades autónomas e 10% internacionais, destacando Portugal como o país de origem mais representado.
Enquanto esperamos recopilar a informação completa das sondagens realizadas pelos organizadores, os primeiros comentários indicam que o perfil profissional dos assistentes satisfez as expectativas dos expositores. A tónica geral e a satisfação referida pelos responsáveis das empresas e marcas representadas refletem que a Expobioenergía é agora umas das feiras mais valorizadas no Sul da Europa, para fazer negócios, e para que as PME possam competir com as multinacionais dos combustíveis fósseis e as suas imponentes campanhas de comunicação. Os organizadores consideram um êxito o aumento de volume de negócio das PME que aproveitam a biomassa para usos térmicos, face às grandes multinacionais de distribuição de gasóleo e gás, que mantêm ancorada a sua estratégia na saída de divisas para terceiros países, na contaminação e nos subsídios. O facto de que a Expobioenergía seja a única feira setorial que cresce de forma constante desde que começou a crise corrobora também o triunfo da biomassa térmica.
Na Expobioenergía 2013, a parte expositora esteve composta por 444 empresas e marcas procedentes da Alemanha, Áustria, Bélgica, Bósnia, Brasil, Bulgária, Canadá, Chile, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Itália, Polónia, Portugal e República Checa. A subida neste item cifra-se em 15% mais do que na anterior edição.
Valladolid contou com a presença dos mais importantes fabricantes europeus tanto de caldeiras e lareiras, como de equipamentos para a fabricação de pellets e aparas. Em conjunto com eles estiveram os próprios fabricantes de pellets, os de canalizações e equipamentos relacionados com o District Heating ou aquecimento distribuído, e os inúmeros complementos para todo tipo de instalações. Resumindo, tudo o que é necessário para substituir a energia de origem fóssil por biomassa nas nossas aldeias, vilas e cidades estava na Expobioenergía 2013. Esta imensa gama de projetos, produtos e serviços foi o reclame perfeito para os visitantes profissionais que aproveitaram ao máximo estes três dias de intenso trabalho que terminaram na passada quinta-feira e que, para a AVEBIOM e Fundación Cesefor, pressupõe apenas uma das suas metas, pois já estamos a trabalhar na próxima edição para 2014.
Na outra face da moeda, em 2013 houve pouca representação de empresas relacionadas com a geração elétrica. Os setores vinculados a esta tecnologia como o agropecuário, o florestal, o energético, os recicladores, os instaladores, etc., esperam que o Governo encontre a maneira de que parte dos mais de 45.000 milhões de euros que enviamos todos os anos para os países produtores de gás e petróleo, possam ficar no nosso país criando emprego estável e deixando o valor acrescentado no nosso território, graças ao fomento do uso da biomassa elétrica.
Os profissionais do setor cada vez mais perto da sociedade
A maioria dos profissionais passaram pela Expobioenergía fechando contratos, ajustando orçamentos e informando-se de novas alternativas e novidades no mercado para poder oferecer soluções energéticas às administrações públicas, empresas e particulares.
A conclusão é que a implantação da Bioenergia é já imparável e está disposta a chegar a todas as casas do nosso país, a cada um dos hospitais, lares de idosos, escolas, escritórios, autarquias, fábricas, hotéis, resumindo, a cada recanto da nossa geografia. A bioenergia chegou para mudar o palco energético de Espanha, reduzindo a fatura de aquecimento e AQS de todos os utilizadores e evitando a saída de milhares de milhões de euros para o exterior.
A sociedade começa a conscientizar-se da importância da biomassa como fonte de energia, que gera uma poupança que pode chegar a 50% da despesa de aquecimento. Além disso, tanto a tecnologia como o abastecimento são mais fiáveis e estáveis em preço do que os sistemas alimentados por gás ou gasóleo. Por outro lado, para além das vantagens meramente económicas, os utilizadores, cada vez mais bem informados, assumem que a biomassa é mais segura, confortável e sustentável meio-ambientalmente, e que a sua utilização previne incêndios florestais e está certificada pelas principais entidades a nível internacional.