Sistema Integrado de Gestão do Ambiente, Qualidade e Segurança Alimentar

 

Houve um aumento progressivo nos últimos anos do nível de exigência dos clientes e consumidores, no que respeita à qualidade, de forma genérica. Nos dias de hoje a implementação de um sistema HACCP(1) não responde a todas as necessidades da indústria agro-alimentar.

Um sistema integrado de gestão do ambiente, qualidade e segurança alimentar é baseado nas normas de referência NP EN ISO 14001, NP EN ISO 9001 e NP EN ISO 22000. Estas normas são compostas por requisitos nas várias áreas de intervenção: ambiente, qualidade e segurança alimentar.

Este sistema dota as empresas das ferramentas necessárias que lhes permitem produzir e comercializar produtos seguros, com qualidade e ambientalmente responsáveis.

Um sistema integrado de gestão é qualquer sistema que integre mais do que um referencial normativo. Embora todos os referenciais possam ser integrados, os referenciais da família ISO(2) possuem um tronco comum de requisitos a implementar, o que facilita a sua integração:

 

1. Objectivo e campo de aplicação

2. Referências normativas

3. Termos e definições

4. Sistema de gestão

5. Responsabilidade da gestão

6. Gestão de recursos

7. Realização do produto

8. Medição, análise e melhoria

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A integração pode facilitar o planeamento, a alocação de recursos, a definição de objectivos e a avaliação global da eficácia global da organização.

Após a tomada de decisão da gestão de topo, de implementar o sistema integrado, esta deve disponibilizar todos os recursos necessários (humanos, materiais e outros).

A 1ª etapa é a identificação e análise das práticas existentes na empresa. No final desta etapa é possível definir a estrutura do sistema integrado e da equipa. Esta equipa deve ser multidisciplinar e abranger toda a hierarquia da empresa.

O desenvolvimento do sistema desenrola-se, implementando primeiro os requisitos comuns às 3 normas de referência, os requisitos transversais à organização e só depois os requisitos específicos de cada uma das normas do sistema integrado.

Durante a fase de implementação é dada formação a todos os colaboradores sobre as novas metodologias e práticas definidas.

No final da implementação é feita a revisão do sistema integrado e a auditoria interna. Caso seja detectada alguma não conformidade é feita a sua correcção e eventual alteração do sistema.

VANTAGENS

Optimização dos custos associados;

Realização anual de uma auditoria integrada aos vários sistemas;

Processo global de tomada de decisão;

Maior transparência e aumento da confiança do cliente;

Cumprimento da legislação nacional e europeia, em relação às normas implementadas.

 

POTENCIAIS DESVANTAGENS

Aumento da burocratização dos processos internos;

Necessidade de maior disponibilidade e envolvimento da gestão de topo e “pessoal chave” para a manutenção do sistema;

A certificação é muitas vezes encarada como um fim e não como um meio no caminho da excelência organizacional.

 

 Melhoria contínua do sistema deve ser um dos objectivos

Após a implementação do sistema de gestão, torna-se fulcral que a organização olhe para o sistema não como um sistema estático mas sim como um sistema em constante mudança, com necessidade de ser revisto e avaliado periodicamente. A melhoria contínua do sistema deve ser um dos objectivos da organização. Sendo o cliente o motor da organização, salienta-se novamente a importância de garantir, de forma continuada, a satisfação do mesmo, indo em conta com o cumprimento dos requisitos legais, estatutários e especificações de clientes.

 

Autores: Raquel Rosa e Tânia Martins (Área de Sistemas da Qualidade, CONSULAI)