Arroz de Alcácer trabalha para uma marca própria

 A região de Alcácer do Sal reúne as características indispensáveis ao desenvolvimento da cultura do arroz, entre as quais, água em abundância, já que no nosso país esta planta é cultivada em condições de alagamento quase permanente. Além disso, nas imediações do estuário do Sado, é a única cultura resistente à água salgada que teima em invadir os arrozais.

A Aparroz – Agrupamento de Produtores de Arroz do Vale do Sado tem visão e missão empresariais que lhe possibilitaram evoluir do simples escoamento do cereal até se tornar numa instituição que presta serviços de apoio técnico em todas as operações necessárias à cultura, aconselhando também na escolha das melhores variedades, obviamente sem deixar de lado a comercialização do cereal junto das indústrias, reporta João Reis Mendes, director da empresa.

O enquadramento climático das regiões produtoras de arroz do país (estuários do Tejo, Mondego e Sado) a somar às exigências da produção, indústria e consumo, fazem de Portugal um produtor de variedades do tipo comercial carolino. Este é também o tipo de arroz mais adaptado à gastronomia portuguesa, pois, dizem os entendidos, é aquele que melhor absorve os sabores dos alimentos. Dizer ainda que o nosso país é um grande consumidor de arroz, numa média de 15 a 16 quilos per capita, sendo necessário recorrer a importações.

Numa área aproximada de seis mil hectares, os produtores de arroz ligados do Estuário do Sado representam a principal actividade agrícola da região.

Nesse sentido, e em sua representação, a Aparroz desenvolveu uma parceria com a Câmara Municipal de Alcácer do Sal, Associação de Regantes e Apasado - Associação de Protecção Ambiental do Sado - que visa exactamente essa protecção, concretizada em várias acções como por exemplo a limpeza do Rio Sado, num troço de 25 hectares que frequentemente era alvo de cheias, causando graves prejuízos.

De referir que o arroz é cultivado no modo de produção integrada, o que permite uma significativa redução de custos e dos riscos ambientais.

Actualmente a empresa tem a decorrer um projecto para o reconhecimento de uma nova marca – “Arroz de Alcácer” – produzido no vale do Sado. Quer ainda apostar em formas alternativas de energia relativamente às agora usadas na secagem e conservação do arroz. Participa igualmente com outras instituições num projecto de investigação centrado no Cotarroz - Centro Operativo e Tecnológico do Arroz que pretende “encontrar” uma variedade nacional libertando assim o país da importação (de sementes).