Este calendário venatório agrada mais aos caçadores

A menos de dois meses de se iniciar a época venatória 2011/2012 a posição da Confederação Nacional dos Caçadores Portugueses é este ano mais optimista do que em anos anteriores. Isto porque foi acedida uma proposta antiga para que a caça à rola não abrisse a 15 de Agosto, o que prejudicava claramente os caçadores do Norte e Centro de Portugal. Por isso, o presidente da CNCP, Vítor Palmilha, resume “este ano é um calendário muito aceitável”.

Falando sobre expectativas no que respeita a espécies, há a apontar que o ânimo existente em relação à perdiz foi quebrado com as chuvas verificadas no mês de Maio em algumas regiões do país. Por outro lado, o coelho, que continua a ser uma das espécies mais apetecidas, não conseguiu ainda recuperar totalmente das doenças que a têm atingido.

Mas como a época venatória ainda não abriu, e os caçadores não são pessoas de ficarem paradas, assinalou-se a 15 de Maio a 7.ª edição do “Dia do Caçador pelo Ambiente”. Lançada pela Federação de Caçadores do Algarve, também dirigida por Vítor Palmilha, esta iniciativa já tem eco a nível nacional. No que toca ao Sul do país concretamente, o Dia do Caçador pelo Ambiente mobiliza inúmeras entidades locais que se associam aos caçadores e este ano foram recolhidas 157,1 toneladas de inertes e resíduos sólidos, que entraram gratuitamente nas centrais de tratamento de resíduos sólidos algarvias. Já o produto da venda dos resíduos metálicos recolhidos será convertido em equipamentos domésticos que posteriormente, concelho a concelho, serão oferecidos a Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) indicadas pelas respectivas câmaras municipais.

 

Feira regressa a casa

Também faz parte do calendário de actividades da Federação de Caçadores do Algarve a organização da Feira da Caça, Pesca e do Mundo Rural. Na sua décima sexta edição a grande novidade é o regresso do certame à cidade de Tavira, onde está sediada a Federação, depois de vários anos no Estádio do Algarve. Do programa (8, 9 e 10 de Julho) faz parte uma Corrida de Touros, espectáculos musicais, vários colóquios sobre o mundo rural (sobre olival, floresta) e também sobre caça com o objectivo de debater os problemas que afectam neste momento os caçadores em termos de caça maior, como por exemplo a tuberculose.

Mas há mais. A recente publicação da alteração da Lei das Armas precisa agora de ser apresentada claramente aos caçadores. Apesar de ser uma proposta da Confederação, Vítor Palmilha acredita que podia ter ido mais longe uma vez que há duas questões importantes que ficaram de fora. E exemplifica “dois caçadores vão caçar juntos, a espingarda de um deles avaria e o outro tem duas. O que podia acontecer era o que tem duas emprestar uma ao outro, mas neste momento o empréstimo da arma tem de ser feito na Polícia. O outro caso é que se um caçador é apanhado a conduzir com álcool também lhe é apreendida a carta de caçador, o que não faz sentido porque são coisas bem diferentes”. Espera portanto que em breve estas situações também sejam corrigidas.

A sublinhar positivamente é o facto de ter sido abolida a necessidade dos caçadores fazerem um curso de formação de 10 em 10 anos e para além disso, quando necessário, serem as Organizações do sector da caça a ministrarem essa formação (depois de devidamente credenciadas) e não a Polícia como acontecia.