Reforço da criatividade atrai mais alunos à Escola de Montemor
Falta de alunos. Um problema comum a todas as escolas, sejam profissionais ou não, sejam públicas ou privadas. Mas, no caso de uma Escola Profissional Agrícola a situação torna-se mais complexa pela agravante de haver uma reduzida atractividade da população estudantil pelos cursos relacionados com a temática. É este o entendimento de Joaquim Carraco, director da Escola Profissional Agrícola Afonso Duarte, uma das duas tuteladas pela Associação Diogo de Azambuja, sendo a outra a Escola Profissional de Montemor-o-Velho. Genericamente, as razões ficam a dever-se às políticas colocadas em prática pelos últimos governos, o que não deixa de ser contraditório porque a necessidade do país ter pessoas que produzam alimentos nunca deixou de existir. Embora surjam já alguns indícios de que as pessoas estão a voltar ao campo em busca de qualidade de vida, onde recuperam as tradicionais hortas particulares que servem para consumo próprio, o director reconhece que para haver uma viragem explícita ainda vai demorar muito tempo pelo que é necessário apelar à criatividade para ultrapassar as dificuldades, só podendo ser feito por via de muito trabalho e dedicação à causa. É com muito orgulho que conta com um corpo docente estável que não se cansa de dar o seu contributo.
Rotatividade dos cursos para não saturar o tecido sócioeconomico da região
Assim, a oferta formativa da EPAAD abarca de uma forma geral tudo o que se relaciona, directa ou indirectamente com o sector primário. É preciso referir também que não sendo uma Escola de dimensões muito grandes, a actual centena de alunos (seis turmas) faz com que esteja perto da sua capacidade máxima, sendo também uma forma de equilibrar a formação com o tecido sócioeconomico da região. E uma vez que os cursos funcionam em ciclos de três anos, regra geral verifica-se alguma rotatividade para não saturar o mercado.
A Escola é frequentada por alguns alunos de origem cabo-verdiana e são tomense, em resultado de acordos e protocolos estabelecidos com instituições desses países.
Enquanto que no presente ano lectivo a Escola abriu uma turma do Curso de Análise Laboratorial e outra do Curso de Turismo Ambiental e Rural, para o próximo está calendarizada uma turma do curso de Produção Agrária e outra no de Gestão do Ambiente. A nível de Associação Diogo de Azambuja vai candidatar-se também a dois cursos EFA (Educação e Formação de Adultos), um de Produção Agrária e outro de Operador Agrícola.
Há ainda a referir os Cursos de Especialização Tecnológica (CET), para os quais há meses a Escola tem uma candidatura em parceria com a Escola Superior Agrária de Coimbra para um curso de Turismo Ambiental, integrada num projecto mais alargado de candidatura a quatro CET em parcerias com outras escolas do Politécnico de Coimbra e também a Escola Profissional de Montemor-o-Velho.