O tinto também é uma boa escolha

No Ribatejo a história da viticultura perde-se no tempo. Tintos fortes, brancos suaves e rosés frescos compõem um longo portefólio que os produtores têm enriquecido. Nesta altura de Verão, quando a tendência é optar por vinhos mais leves e frescos, que o senso comum associa a branco ou rosé, apresentamos também o caso de um Tinto de Verão.

Ao longo do seu passado, que remonta há mais de um século, a Casa Agrícola Paciência tocou em várias áreas dentro do sector agrícola tipicamente ribatejano, tendo em conta que fica nos arredores de Alpiarça. Ultimamente optou pela especialização na vinha dado ser uma cultura de exigências quando feita profissionalmente, que não se coaduna com a dispersão de recursos, explica-nos a actual gerente da Casa, Luísa Paciência. Aliás, durante anos o vinho foi vendido a granel, situação impensável para os dias de hoje.

A base de trabalho são castas regionais ribatejanas, como a Fernão Pires no caso dos brancos e a Periquita nos tintos. Mas o viticultor tem de ir ao encontro das modas de consumo e como tal plantaram-se igualmente castas estrangeiras como a Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah ou Chardonnay que vão dar outro tipo de características aos vinhos portugueses.

A Vinha

• Ocupa cerca de 70 hectares.
• Recentemente desenvolveram-se dois projectos Vitis com vista à reestruturação de 20 desses hectares.
• Não há intenção de aumentar a área mas sim substituir vinhas mais antigas por castas mais apetecíveis e novas formas de cultura, nomeadamente o recurso à rega gota-a-gota. Diz a responsável que mesmo estando implantadas em terrenos muito férteis, junto ao Tejo, onde sempre se obtiveram muito boas produções, estas novas vinhas estão preparadas para resistir aos Verões que têm sido cada vez mais quentes.

Tendência de consumo

• Não é fácil de perceber porque há alguma descaracterização dos mercados, tornando-os imprevisíveis. Além disso, existe uma grande diversidade de novas marcas a somar àquelas já muito bem implantadas. Nas mais desconhecidas, na hora de escolher o consumidor baseia-se sobretudo em dois factores, o preço e a imagem. E esta é hoje uma grande preocupação de qualquer produtor.

O mercado

• Até agora a Casa Agrícola Paciência tem trabalhado essencialmente com o mercado nacional, mais especificamente com a grande distribuição. Todavia, desde final do ano passado está a desenvolver contactos no sentido de aumentar a exportação.

^{O Vinho}

^{Nos últimos anos a Casa Agrícola Paciência entrou no negócio dos vinhos engarrafados para daí retirar mais-valias que não conseguia com a venda a granel. Assim, à marca tradicional Casa Paciência, juntaram-se outras destinadas a diferentes públicos.}

^{Casa Paciência}

^{Clássicos da Casa, com aromas intensos a fruta, feitos a partir das catas mais tradicionais, Castelão ou Periquita, Trincadeira e Fernão Pires.}

^{Pinga Amor}

^{Uma gama direccionada para um público mais jovem. São vinhos não muito graduados, ligeiramente frisantes e fáceis de apreciar mesmo por quem não gosta de vinho. A gama é composta por tinto, branco e rosé, sendo os dois últimos os mais trabalhados e expressivos.}

^{Para épocas especiais}

^{Na casa Agrícola Paciência trabalha-se o conceito de vinhos para ocasiões especiais.}

^{Vinho do Pai - particularmente direccionados para os chefes de família;}

^{Vinho Novo - para consumir na época das castanhas.}

^{Fresh Wine - Vinho Tinto de Verão para beber bem fresco, de baixo teor alcoólico, ligeiramente gaseificado, elaborado a partir das castas Touriga Nacional, Carbernet Sauvignon e Syrah.}