Consumidor está mais esclarecido e sabe o que beber em cada ocasião

Representa mais de mil hectares de vinha, distribuídos por um universo aproximado de 300 viticultores. É esta a actual realidade da Adega Cooperativa de Palmela, instituição criada há mais de meio século pelos viticultores da região que viram nela a solução para responder às dificuldades de escoamento do seu produto.

Depois de muitos anos em que o vinho a granel foi o mais representativo, actualmente o volume de vinho engarrafado é muito superior e os prémios sucedem-se. É isto que toda a equipa liderada por José Carlos Caleiro pretende para a Adega. O trabalho essencial do enólogo Luís Silva também tem valido o reconhecimento do próprio consumidor que é cada vez mais esclarecido, resultando num aumento da procura, mais expressivo na Loja da Adega. Aliás, em virtude deste facto a mesma vai alargar o horário e abrir também nos sábados de manhã.

Reino do Castelão e do Moscatel

As vinhas (inseridas da Região Vitivinícola da Península de Setúbal) são dominadas pelas castas tintas, com uma forte predominância da Castelão, ou Periquita como também é conhecida. Por encontrar aqui todas as características que necessita para um bom desenvolvimento, ou “terroir”, em linguagem mais correcta, foi usada pelo enólogo da Adega para a feitura de um monovarietal. Embora encarado como uma ambição, o facto é que o néctar ganhou uma medalha de ouro num concurso em França.

Já no que respeita às castas brancas, a representatividade divide-se a meio entre a Fernão Pires e a Moscatel, esta última com dupla aptidão, tanto para vinhos brancos secos como para o licoroso Moscatel de Setúbal.

A gama toca ainda o vinho rosé, até porque o apreciador está bastante mais esclarecido sobre os diferentes momentos mais apropriados ao consumo de cada tipo de vinho.

O Rosé Vale dos Barris apresenta-se dentro de uma garrafa atractiva e caracteriza-se por uma frescura e intensidade aromática reportada a frutos vermelhos. Muito apreciado pelo público feminino.

À venda em praticamente todas as grandes superfícies, os vinhos da Adega Cooperativa de Palmela buscam agora no mercado externo oportunidades de crescimento. Como tal está já a fazer algumas exportações para a Alemanha e Brasil ao mesmo tempo que desenvolve contactos com outros países como os Estados Unidos, Canadá, China, Rússia e Angola, entre outros.