A problemática da Tuta absoluta no tomateiro
A Tuta absoluta, vulgarmente designada por traça-do-tomateiro e, também designada de forma incorrecta por mineira-do-tomateiro. É uma pequena borboleta, oriunda da América Latina estando presente também na Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai, e Venezuela (OEPP, 2005).
Foi detectada pela primeira vez no Continente Europeu na Comunidade Autónoma de Valência (Espanha), na Primavera de 2007 e posteriormente, em 2008 na Itália. A Tuta rapidamente se expandiu em toda a Espanha, tendo sido já detectada na França, Argélia, Tunísia, Marrocos, Malta, Grécia e Líbia.
Recentemente foi assinalada em Portugal: no Algarve em Maio de 2009 e no Oeste em Julho de 2009.
A T. absoluta tem como principal hospedeiro, o tomateiro, onde pode causar perdas de produção de 50 a 100%. Podendo também atacar a batateira e a beringela, assim como outras plantas da família das Solanáceas, incluindo infestantes, como a figueira-do-inferno (datura stramonium) e a erva-moira (Solanum nigrum) (Adaptado de DGADR, 2009).
Descrição Morfológica
A Tuta absoluta é um lepidóptero (borboleta), cujo ciclo de vida é composto pelos estados de ovo, lagarta, pupa e adulto (borboleta).
Estima-se que o seu ciclo de vida, dependendo da temperatura, possa durar entre os 20 a 38 dias, excepto no Inverno em que pode durar 80 a 90 dias. Pode apresentar 9 a 12 gerações anuais (em função da região e do clima de cada ano), não entra em diapausa e está adaptada a diferentes temperaturas.
A borboleta tem hábitos de voo nocturnos/crepusculares e durante o dia permanece escondida na folhagem da cultura. Com uma ligeira agitação das folhas pode detectar-se e observar-se o voo do insecto.
Sintomas
Os estragos são produzidos pelas lagartas nas folhas, caule, pedúnculo ou frutos. Nas folhas, numa primeira fase, estes podem confundir-se com os produzidos pela larva mineira, Liriomyza spp. Mas posteriormente, a galeria aumenta de dimensão e vai alargando até que se dê a consequente desidratação dos tecidos, levando a que a folha apresente um encarquilhamento característico.
Nos frutos observam-se, inicialmente, pequenos orifícios de entrada, geralmente próximos da zona peduncular.
Os estragos podem assumir importância assinalável, sobretudo se a detecção não for precoce e não forem tomados os devidos meios de luta. Os principais prejuízos derivam dos ataques aos frutos, em especial devido à dificuldade da sua detecção e quando se tornam visíveis, os frutos já estão impróprios para comercialização.
Autoria: Paula Santos, Quirina Amaro e Elisabete Henriques (Eng.(s) Agrónomas)