Diversificar, renovar e comunicar: Penazeites já arregaçou mangas para concretizar nova estratégia

 

  Situada numa das principais regiões produtoras de azeitona e azeite do país, a Beira Interior, mais concretamente em Penamacor, a Penazeites – Azeites Tradicionais S.A. caracteriza-se pelo seu lagar, pensado para trabalhar com uma linha de processamento contínua. Este ano a campanha foi mais satisfatória que a anterior, mas ainda longe do que seria desejável, explica-nos o administrador executivo Eduardo Leal. E passa a explicar. “Até aqui a Penazeites tem laborado num formato tradicional no que respeita à produção, ou seja, funciona em esquema de maquia (pela prestação do serviço de moer a azeitona aos olivicultores recebe uma percentagem de azeite) mas sem que os olivicultores tenham qualquer obrigatoriedade de ali moerem as respectivas azeitonas”.

Nesta campanha tentou reverter a situação e, sem deixar de prestar o serviço, procurou posicionar-se antes como compradora de azeitona, sabendo-se já que na próxima campanha será uma medida a acentuar.

O azeite produzido pontua pela categoria de virgem extra e apresenta todas as características que o levam ser amplamente apreciado e valorizado.

A qualidade do azeite resulta directamente das variedades de azeitona utilizadas, maioritariamente Galega, e do reduzido tempo que medeia entre a recepção da azeitona e a sua moagem.

Diz-nos Eduardo Leal “que o sucesso da Penazeites passa pela inversão do modelo de negócio na área da produção e isso significa crescer, comprar mais azeitona e incentivar os olivicultores da região a aumentarem a sua produção”. Para conseguir estes objectivos há várias ideias em cima da mesa, entre as quais a criação de um Gabinete de Apoio ao Olivicultor. O gabinete prestará apoio técnico aos olivicultores da região, recorrendo-se dos meios técnicos e humanos do Grupo Lusófona (ver caixa).

É necessário um esforço de comunicação intensa e continuada juntos dos olivicultores da região, sob o lema “Nem mais uma azeitona na árvore!”. Esta acção visa promover a colheita e venda da azeitona, assegurando que a Penazeites está disponível para a adquirir e interessada em promover a economia da região, bem como projectar os seus produtos tanto no mercado interno como no externo.

 

 - diversificar produtos;

- renovar a imagem das marcas;

- apostar fortemente na comunicação.

 

É importante diversificar a oferta em produtos e preço, procurando corresponder às expectativas do consumidor, e educar para o consumo, através de provas de degustação ou abrindo as portas do Lagar, valorizando os atributos e vantagens do azeite como produto e do azeite da Beira Interior como produto de excelência. Estes são alguns dos passos para projectar de Portugal como produtor de azeites de eleição junto dos mercados externos. Nesta linha de actuação a Penazeites vai estar presente no Salão Internacional do Vinho, Pescado e Agro-Alimentar que vai acontecer em Lisboa entre 21 e 23 de Fevereiro.

 

Cabe aos produtores educar os consumidores

É preciso colocar o azeite “no mesmo patamar do vinho” onde o consumidor já escolhe por castas e regiões. “Cabe a todos os produtores de azeite fazer esse esforço educativo para que o consumidor final aprenda a reconhecer a diversidade de azeites portugueses, provenientes de diferentes regiões e aprenda também a valorizar as diferentes variedades de azeitona e o produto que delas resulta. Um passo para isso são os azeites monovarietais que começam a existir no mercado e para onde a Penazeites também pensa evoluir.”

Novas categorias e até uma certificação DOP estão a ser ponderadas

Falando sobre as marcas, o administrador reconhece que são um factor incontornável, e Portugal não é parco em marcas de azeite. Ainda nesta matéria, para este ano está pensada uma renovação da imagem, bem como uma diversificação do portfólio de produtos. Na linha Grão Mestre, agora disponível em Azeite Virgem Extra e Azeite Virgem pondera-se avançar para outras categorias como azeites aromatizados, biológicos e até, eventualmente, dentro dos próximos anos, tentar a certificação DOP, uma vez que em termos de variedades se respeitam as especificidades da região.

Grão Mestre”, tem um bom posicionamento no mercado em termos de qualidade e preço, estando presente em todos os canais de distribuição de norte a sul do país e nalguns mercados de exportação.

Ribeiro Sanches”, é um azeite kosher certificado internacionalmente (com a colaboração por um rabino radicado na comunidade de Belmonte). É uma marca na qual a empresa acredita muito por ser um azeite diferenciado e com grande potencial nos para os mercados de exportação.

 

Sobre o Grupo Lusófona

O Grupo Lusófona é o maior grupo de ensino de língua Portuguesa, um projecto ambicioso e inovador com uma visão internacional única, que integra onze instituições de ensino superior em Portugal, seis instituições Universitárias noutros Países de língua Portuguesa, nomeadamente no Brasil e em Moçambique, para além de catorze escolas não superiores em Portugal e no Brasil.

Actualmente, o Grupo Lusófona contribui para a formação e educação de mais de 25.000 alunos que connosco estão todos os dias a construir mais e melhor futuro.

A Penazeites está institucionalmente ligada ao Grupo Lusófona, assegurando formação prática aos seus alunos e um enquadramento para projectos de investigação, e beneficiando dos meios técnicos e recursos qualificados do meio académico. A parceria já está no terreno nas áreas do controlo de qualidade, valorização de subprodutos e investigação alimentar. A Penazeites aderiu também ao projecto “Criar Saberes” do Grupo Lusófona, abrindo as portas às Escolas do concelho de Penamacor, para dar a conhecer o processo de produção do azeite.