Cooperativa de Olivicultores de Borba renovada torna-se mais produtiva
Passaram por dias difíceis, correm dias risonhos e esperam por um futuro opulento…é desta forma que se apresenta a Cooperativa de Olivicultores de Borba. Técnicos e medidas rentáveis estão a contribuir para o seu crescimento.
Uma direcção amadora mas dedicada, é assim o núcleo constituinte da Cooperativa. Recentemente reforçou o seu corpo de profissionais e, enquanto uns tratam da parte técnica, outros dedicam-se ao marketing, não descurando também a importante função dos técnicos de gestão.
Para o próximo ano já estão programados alguns investimentos, com a aposta a centrar-se na recepção da azeitona e na extracção do azeite. Metade do Lagar será remodelado.
“Aquando da entrada da nova direcção, em 2010, a Cooperativa encontrava-se à beira da falência. Mas no ano seguinte esse futuro assombroso foi-se alterando”, afirma Diogo Sapatinha, presidente da direcção da Cooperativa. Uma das primeiras medidas tomadas foi a instalação de um sistema de aquecimento à base de água quente, a partir do bagaço produzido na Cooperativa, que possibilitou de imediato uma significativa redução de custos.
A instalação de uma pequena linha de engarrafamento veio satisfazer as exigências da Cooperativa, que permitiu também reduzir mão-de-obra.
Ao longo destes anos, as medidas tomadas estão a tornar a Cooperativa mais rentável, apresentando actualmente uma situação financeira estável.
Produção de azeitona vai crescer em 50%
A colheita deste ano tem uma qualidade superior à anterior, embora a quantidade tenha sido menor, registando-se uma quebra de 40% devido ao mau ano agrícola. Já as perspectivas para os anos futuros são positivas visto terem já entrado novos sócios na Cooperativa e prevendo-se a entrada de mais alguns. Pensa-se obter um aumento de produção de azeitona na ordem dos 50% para os próximos anos.
“A qualidade da azeitona do ano passado já era muito boa mas este ano é surpreendentemente melhor. Digo isto porque 99% da azeitona que aqui chega, não leva qualquer tratamento. Foi um ano de qualidade porque não houve mosca, e isso fez com que não houvesse gafa. Este ano, repetiu-se a situação.” Porém, o dirigente da Cooperativa sabe que não será assim todos os anos. Por isso, obrigará os sócios a fazerem tratamentos na sua azeitona sempre que necessário.
Azeite vendido também por outras marcas
Actualmente não é feita qualquer exportação directa pela Cooperativa de Olivicultores de Borba. Vende o azeite a outras empresas, que depois tratam das exportações. Assim, ficam com todos os encargos e riscos de alguma transacção não correr da melhor forma. Mas, se por ventura aparecer uma boa oportunidade de exportar, a Cooperativa fá-lo-á.
O azeite da Cooperativa de Olivicultores de Borba pode ser encontrado em todo o país, mas não com marca própria. A Cooperativa vende maioritariamente a granel para várias empresas com marcas bastante conhecidas no mercado. De acordo com o dirigente essas mesmas empresas têm grandes produções mas precisam de azeites obtidos a partir de variedades de grande qualidade, como é o caso da Galega, para poderem fazer lotes com melhores características que vão mais ao encontro do gosto do consumidor.
A variedade Galega, que se encontra presente sobretudo entre Portel e a região da Guarda é a típica azeitona portuguesa, mas que com a grande condicionante de ser pouco produtiva, tornando o azeite forçosamente mais caro.
Já os azeites com a marca da Cooperativa, que podem ser encontrados na própria, em algumas lojas do país e ainda com outro nome, nas lojas COOP, associadas à COOP Lisboa.
Uma diferente gestão, mais marketing e uma maior produção serão as apostas da Cooperativa de Borba para o próximo ano.