Indústria de produtos florestais recupera lentamente da recessão
A indústria de produtos florestais mundial está a recuperar lentamente da crise económica, com a região Ásia-Pacífico, em particular a China, a assumir a liderança.
Os novos dados publicados pela FAO indicam que a produção média global dos principais produtos florestais cresceu 1 a 4 por cento em 2011 quando comparado com 2010, demostrando que os países estão lentamente a sair da recessão.
A produção de painéis e de papel derivados da madeira, por exemplo, esteve em 2011 acima dos níveis pré-crise de 2007 e parece estar a ter um crescimento relativamente forte na maioria das regiões. Por outro lado, a produção mundial de madeira em tora industrial ainda não atingiu os níveis pré-crise, apesar de um aumento de 3 por cento em 2011 em relação a 2010.
Nos mercados de papel e celulose, o crescimento global foi muito modesto ao longo do período 2007-2011, com uma tendência de crescimento de cerca de um por cento ao ano. No entanto, este esconde importantes diferenças a nível regional, já que a produção e o consumo de celulose e de papel estão a aumentar de forma significativa na região da Ásia-Pacífico, mas em declínio na Europa e América do Norte.
China reforça a sua posição nos mercados de produtos florestais
A importância da China como produtor de produtos florestais está a aumentar, tornando-se o segundo maior produtor mundial de madeira serrada, a seguir aos Estados Unidos e ultrapassando o Canadá. A liderança da China como produtor de painéis, papel e cartão derivados da madeira também aumentou em relação a todos os outros países. Em 2011, a China produziu 11 por cento da madeira serrada, 38 por cento de painéis e 26 por cento de papel do mundo.
A China também está a desempenhar um papel fundamental no comércio internacional de produtos florestais, sendo o maior importador de toras industriais, madeira serrada, celulose e papel reciclado e o maior exportador de painéis derivados da madeira. A China é o quinto maior importador de papel e cartão, apesar do grande aumento na produção interna desde 2007. Em 2011, as importações da China de todos os produtos florestais chegou aos 43 mil milhões de dólares, ou seja, 16 por cento do total mundial.
Mudanças na estrutura da produção na Rússia
A estrutura da produção e do comércio na Federação Russa, o país com a maior floresta do mundo, também se alterou nos últimos cinco anos, com um declínio de 29 milhões de metros cúbicos nas exportações de madeira em tora industrial, quase 60 por cento, e um aumento de 3 milhões de metros cúbicos na produção de madeira serrada, cerca de 8 por cento. No mesmo período de tempo, a Rússia aumentou em 13 por cento as suas exportações de madeira serrada.
Uma grande parte das exportações russas de madeira em tora industrial ia anteriormente para a China. No entanto, a sua quantidade caiu no período 2007-2009 devido às restrições à exportação de toros na Rússia. No entanto, as importações chinesas de madeira em tora industrial recuperaram e outros dos maiores países produtores expandiram as suas exportações para a China, incluindo os Estados Unidos da América, o Canadá e a Nova Zelândia.
A base de dados online da FAO sobre produtos florestais tem ao dispor 50 anos de dados
Atualmente a base de dados estatísticos da FAO sobre produtos florestais contém 1.2 milhões de registos, abrangendo a produção e o comércio de 52 produtos, 21 grupos de produtos e 245 países e territórios. A base de dados online é gratuita e contém agora as estatísticas dos últimos 50 anos. As estatísticas do Anuário de Produtos Florestais (a partir de 1947) também podem ser descarregadas do site.
“A base de dados da FAO tem ao dispor as estatísticas mais abrangentes e internacionalmente comparáveis do mundo para produtos florestais, uma ferramenta crucial para a tomada de decisões políticas e de investimento”, afirmou Eduardo Rojas-Briales, Assistente de Diretor-Geral da FAO para Florestas. “A FAO baseia-se em dados apresentados pelos seus países membros para obter informações de confiança sobre os principais desenvolvimentos e tendências do setor.”