EFSA dá total acesso público a dados sobre milho transgénico NK603

Publicado a 18-01-2013

Numa ação inédita (1), a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) disponibilizou todos os dados relativos à avaliação de risco do milho geneticamente modificado NK603, tolerante a herbicidas.

O debate sobre a segurança alimentar do milho NK603 tem estado em cima da mesa nos últimos meses após a publicação, em setembro de 2012, de um estudo sem credibilidade científica que sugere o desenvolvimento de cancro em ratos depois destes terem sido alimentados com esse tipo de milho transgénico - Ver notas em baixo sobre este artigo.

A EFSA informou que os dados das avaliações de risco de passarão a ser totalmente disponibilizados e que permitirá também a presença de observadores externos nas reuniões dos comités e painéis científicos. O objetivo é promover a melhor compreensão das avaliações científicas de risco e a transparência dos processos.

Com a disponibilização destes dados, a EFSA tem a expectativa de ajudar os cientistas de diferentes áreas a desenvolverem investigação que possa vir a enriquecer o conhecimento científico a ser incluído nas avaliações de risco.

Desta forma, a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar considera que as conclusões das avaliações de risco tornar-se-ão fortalecidas e a proteção da saúde pública sairá reforçada.

1 - Comunicado da EFSA - EFSA promotes public access to data in transparency initiative 

Notas sobre o artigo de Séralini e colaboradores “Long term toxicity of a Roundup herbicide and a Roundup-tolerant genetically modified maize” - publicado na revista “Food and Chemical Toxicology” em setembro de 2012

 a. O estudo de Serálini e colaboradores - que sugere o desenvolvimento de cancro em ratos depois destes terem sido alimentados com milho Geneticamente Modificado (GM) NK603 tolerante a herbicida - tem como base uma investigação com muitas incorreções de fundo que invalidam as conclusões dos autores e retiram credibilidade científica ao artigo. Mais informações aqui. 

b. A Agência Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) publicou a sua opinião sobre este artigo de Séralini, concluindo que foi “desenhado, analisado e reportado inadequadamente”. Muitas autoridades publicaram  revisões que chegam a conclusões semelhantes às divulgadas pela EFSA.

c. Apesar das falhas nesta investigação, Séralini e colaboradores divulgaram e publicitaram profusamente as suas conclusões não fundamentadas cientificamente, numa campanha com grupos e políticos anti-biotecnológicos, o que é um formato muito invulgar no seio da comunidade científica. Para além disso, os grupos ativistas contra experimentação animal fizeram notar que deixar esta linha particular de ratos – que desenvolvem tumores espontaneamente – viver tanto tempo com tumores de dimensões tão grandes Não é Ético aqui.

 

 

CiB – Centro de Informação de Biotecnologia – Portugal www.cibpt.org