VIII Congresso Nacional do Milho: “O investimento no regadio e na produtividade tem retorno”
Quando questionada sobre qual a melhor forma de encarar o futuro de um país que, apesar de elevado défice energético e alimentar, possui uma correlação positiva entre os custo de energia, a especulação e o custo dos alimentos Ann Berg, tendo em conta o caso particular de Portugal, revela que «o investimento no regadio e na produtividade tem retorno». Com esta mensagem a consultora da FAO deu por terminado o primeiro dia do VIII Congresso Nacional do Milho, cujo encerramento ficará hoje, dia 9, quinta-feira, a cargo de Assunção Cristas, Ministra da Agricultura, Ambiente, Mar e Ordenamento do Território.
Numa altura em que se intensifica a discussão político-económica em torno dos recursos disponibilizados pelo Alqueva e o seu potencial enquanto eixo estratégico de crescimento económico, a Associação Nacional de Produtores de Milho e Sorgo (Anpromis) reúne cerca de 500 especialistas e profissionais para debater a cultura deste cereal no empreendimento de fins Múltiplos do Alqueva.
Segundo Luís Vasconcellos e Souza, presidente da Anpromis o milho afigura-se como a única cultura capaz de, em extensão, vir a ocupar uma parte significativa da área que poderá vir a ser disponibilizada pelas infraestruturas decorrentes do projeto Alqueva, as quais contribuirão de forma significativa para o desenvolvimento económico do Alentejo e para o imprescindível acréscimo do nosso Produto Agrícola Bruto e como tal o Estado deve concertar com os produtores de milho estratégias que permitam o desenvolvimento desta cultura na região. «Com o potencial surgimento de cerca de 70 mil ha de regadio no Alqueva, Portugal poderá vir a atingir a sua autossuficiência em milho contrariando assim os elevadas índices de importações que se encontram na ordem de 1.000.000 de ton» acrescenta o presidente da associação que representa 67mil produtores nacionais de milho.
A aposta na cultura de regadio foi ainda partilhada por José Filipe Guerreiro Santos da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, S.A., (EDIA) que reconhecendo que «o milho desempenha um papel absolutamente vital na ocupação do regadio privado e público» e que a cultura ocupa já o segundo lugar em termos de ocupação cultural nos perímetros de rega do Alqueva, esperando-se até um forte incremento em 2012.
Do lado de quem produz esteve António Parreira que, enquanto agricultor e Presidente da Associação de beneficiários do Roxo, apelou a uma maior motivação referindo ser importante a criação de infraestruturas de comercialização, a organização no setor da água e do regadio de modo a criar uma conjuntura atrativa ao investimento e a disponibilização de programas que permitam dinamizar o regadio ou transformar o sequeiro em regadio.
“Os novos pobres do Mundo” será o tema central de um dos painéis que preenchem o segundo dia de congresso, o qual, hoje, dia 09, conta com a participação do Professor Adriano Moreira. O tema “PAC após 2013 em Portugal” constituirá um outro momento de reflexão que estará a cargo de Francisco Avillez, Coordenador do Grupo de Peritos para a PAC pós 2013, João Pacheco Diretor-Geral Adjunto da Direção Geral de Agricultura da Comissão Europeia e Luís Capoulas Santos, relator do Parlamento Europeu para a reforma da PAC.