Produção não é suficiente para a procura
A Cooperativa de Chaves, neste momento com uma centena de associados activos e que abrange sobretudo o concelho de Chaves e algumas freguesias de Valpaços e Vila Pouca de Aguiar tem em preparação algumas novidades relativamente à comercialização de produtos agrícolas, que para já o seu presidente não desvenda por completo.
Depois de um período em que foi a batata de semente que teve maior impacto na actividade da Cooperativa Agrícola do Norte Transmontano (CANT), a sua polivalência fez com que passasse a produzir e comercializar batata de consumo que hoje é a mais representativa.
Ao porquê desta situação o presidente da CANT, Luís Pisco, responde dizendo que é sobretudo por falta de meios a nível de campo, onde são exigidos requisitos que têm conduzido a esta “paragem”. O uso excessivo dos terrenos e algumas rotações menos bem feitas provocaram uma infestação de alguns terrenos, estando agora inaptos para a produção de batata de semente. Para corrigir esta situação optou-se por produzir batata de consumo e fazer outro tipo de rotações até se conseguir essa desinfestação.
Mas, a actividade debate-se ainda com os custos de produção, dado ser praticamente artesanal, com falta de mão-de-obra e a pouca existente a custos muito elevados. Para o agricultor não perder dinheiro a batata terá de ser comercializada a um preço “bastante razoável”, já que em termos de valor também não consegue competir com a batata importada.
Embora o cenário não se apresente muito favorável, a Cooperativa não desiste do objectivo de produzir batata pois reconhece que dadas as características da região de Trás-os-Montes, com a batata a ser produzida a muitos metros de altitude, a sua qualidade é inigualável. Falta agora fazer com que ao agricultor volte a acreditar. A estratégia é lutar pelos preços, procurando arranjar novos mercados e fazendo com que o consumidor acredite no produto nacional.
Actualmente a Cooperativa continua a trabalhar com batata de semente só que estrangeira, mais no sentido de prestar um serviço ao associado.
A nível de consumo são produzidas duas variedades, a Kennebec (branca)e a Desiree (vermelha), ambas produzidas com Indicação Geográfica Protegida. Cerca de 80% da batata que entra na Cooperativa passa por um processo de certificação, o que a encarece um pouco, mas mesmo assim a grande falha está na produção, porque escoamento existe.
A batata é entregue na CANT pelos produtores, seguindo-se um processo de escolha e calibragem. Depois de devidamente identificadas são armazenadas para posterior selecção de acordo com as encomendas. É um período relativamente curto entre o momento que a batata entra na Cooperativa e o momento que é escoada, sendo o principal cliente uma empresa de cash & carry e mais alguns clientes de dimensões mais reduzidas.