Kiwicoop: estudos revelam espaço para crescer

 Atenta ao que de mais moderno existe aplicável à cultura do kiwi, a Cooperativa Frutícola da Bairrada – Kiwicoop - não tem poupado esforços para estar ao melhor nível, quer no acompanhamento à produção quer dentro das suas instalações nas técnicas de manuseamento e conservação do fruto. Para poder garantir a máxima qualidade às encomendas que recebe, em 2007 adquiriu uma nova máquina calibradora, toda automatizada, que permite colocar o fruto directamente na embalagem final. Investiu também na área de frio, melhorando as técnicas de conservação, o que passou pela remodelação das câmaras, agora quase todas em atmosfera controlada, permitindo prolongar a vida do kiwi em armazém.

Embora já tenha ultrapassado as duas décadas de actividade a Cooperativa mantém-se actual, trabalhando com cerca de 250 associados. Estando em curso a plantação de mais de 100 hectares, projectos já aprovados pelo PRODER, prevê-se que a produção cresça nos próximos três anos, das actuais cinco mil para sete mil e quinhentas toneladas. Neste contexto, perspectiva-se já a ampliação da capacidade de frio e armazenamento da Cooperativa.

Para Fernando Pinhal, presidente da Kiwicoop, esta é uma das poucas actividades agrícolas para a qual ainda se perspectiva algum interesse económico e que até à data tem conseguido trazer benefícios para a região (Beira Litoral) e para o país, tratando-se de um produto de qualidade que dá utilização aos campos, ajudando a manter a actividade agrícola.

De acordo com pesquisas efectuadas pela própria Cooperativa, a kiwicultura ainda tem espaço para crescer, uma vez que o consumo também tem aumentado, havendo países onde esse consumo é muito baixo e que é possível explorar. Por estas razões o aparecimento de novos pomares é bem-vindo, com a convicção de que haverá espaço no mercado para toda essa fruta que venha a ser produzida.

Questionado sobre quais são as principais exigências do fruto na central fruteira, Fernando Pinhal responde dizendo que em primeiro lugar o kiwi deve ser colhido, preferencialmente, em dias sem chuva e apresentar um grau brix acima dos seis e meio. Uma vez chegada à Cooperativa a fruta é pesada e identificada, tanto para razões de pagamento aos associados como para cumprimento da legislação a nível de rastreabilidade.

A fruta é acondicionada e seguidamente armazenada em câmaras frigoríficas, de onde sai para ser calibrada de acordo com as encomendas.

Quebra de produção compensada pela qualidade e calibre do fruto

Iniciada poucos dias antes desta reportagem, nos primeiros dias de Novembro, a campanha de 2010 indiciava uma quebra em relação ao ano anterior em valores entre os 10 e os 20%, compensada pela boa qualidade e calibre do fruto.

Estima-se uma produção total a rondar as 4900 toneladas e conta-se que haja kiwi disponível até início do mês de Julho de 2011.

A expectativa da Kiwicoop é também recuperar a quebra de preço da campanha anterior, provocada pelo acréscimo excepcional da produção nos principais países produtores da Europa, conjugado com muito kiwi de fraca qualidade e má conservação que circulava nos mercados. 

Os principais clientes são as grandes superfícies e o mercado externo.

A partir do momento que deixa de ter kiwi nacional a Cooperativa vira-se para a importação, nomeadamente do Chile e da Nova Zelândia.